quarta-feira, abril 26, 2006

Amoevejo


Amavisse

de Hilda Hilst

Como se te perdesse, assim te quero.

Como se não te visse (favas douradas

Sob um amarelo) assim te apreendo brusco

Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,

A mim me fotografo nuns portões de ferro

Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima

No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações

Ou contornando um círculo de águas

Removente ave, assim te somo a mim:

De redes e de anseios inundada.

(II)

* * *

Descansa.

O Homem já se fez

O escuro cego raivoso animal

Que pretendias.

(Via Vazia - VIII)

(Amavisse - São Paulo: Massao Ohno Editor, 1989.)


Presa, plena e FELIZ. Solta ao meu universo de limites que esbarram em VOCÊ. Assim sou EU.










Um comentário:

Anônimo disse...

I'm impressed with your site, very nice graphics!
»